Dirigido por Nacho Cerdà, com Xevi Collellmir, Jordi Tarrida e Ángel Tarris.
Palavras-chave: necrofilia, morte
Cerdà apresentou-se ao cinema como um cineasta polêmico. Mesmo tendo começado com seu curta “The Wakening”, ficou reconhecido por essa doentia e filosófica obra chamada “Aftermath”. O que podemos esperar de um média metragem de horror? Gratuidade? Bom, nesse caso não. Mesmo com sua curta duração de um pouco mais de meia hora, Cerdà consegue manipular a mente do espectador fazendo-o de cúmplice de uma simples reflexão sobre a vida e a morte. O filme é uma dança macabra onde o ser vivo não encontra barreiras na morte para seu prazer. Não se trata de um psicopata ou algo do tipo, mas do desejo sexual de um legista sobre corpos mortos e mutilados.
Ainda que assustador contado apenas desta forma, temos uma contemplação de todas as cenas, closes em momentos viscerais e longas tomadas detalhadas. Não há censura – por mais que a masturbação não tenha sido explícita – nem mesmo uma preocupação com isso. É literalmente uma dança entre a morte e a vida, uma perfeita e indiscriminada fusão entre os dois, um equilíbrio. As tomadas contemplativas funcionam para dar beleza à morte, dar um sentido que não só a brutalidade que levou aquelas pessoas à morte. (antes que as pessoas critiquem o realismo do filme sobre os corpos, quando uma pessoa morre ela endurece e parece realmente um boneco). Junte a isso Mozart como trilha sonora.
Aftermath é um filme que consegue te deixar incomodado quando termina, fica-se no ar uma dúvida se "gostei ou não gostei" estranha. Mas, basta digerí-lo para saber qual dos dois lados você vai ficar.
Avaliação: 8/10
Por Pedro Ruback
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