quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sala de Exibição - Francis Bacon, Parte III.2

Francis Bacon começou um extenso estudo das obras de Van Gogh em 1957, treinando algumas pinturas com os traços de um dos mais respeitados e reconhecidos pintores da história.



Paisagem, 1957
Paisagem, 1957

Paisagem, 1957


Paisagem, 1956


Estudo para retrato, 1957


Estudo para o retrato de Van Gogh I, 1957
Estudo para o retrato de Van Gogh II, 1957

Estudo para o retrato de Van Gogh, 1957

Paisagen, 1952


As Crucificações


Como Bacon descreveu: "Uma armação magnífica em que você pode pendurar todos os tipos de sentimentos e sensações". Bacon acreditava que as imagens da crucificação lho permitia analizar melhor algumas áreas do comportamento humano de forma única.


Crucificação, 1965





Crucificação, 1962


Fragmento de uma Crucificação, 1955

Três estudos em base da Crucificação, 1944 Crucificação, 1933
Crucificação, 1933

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Caça às Bruxas

Season of the Witch, 2011.
Dirigido por Dominic Senna, com Nicolas Cage, Ron Perlman, Ulrich Thomsen, Christopher Lee e Claire Foy.

Palavras-chave: bruxa, medieval



Ultimamente eu tenho visto alguns filmes atuais comerciais e tenho me decepcionado (como se eu não soubesse que ficaria). Eu fico impressionado com o trabalho de todos os diretores e suas equipes em fazer filmes ruins, vazios, idiotas (literalmente). Não gosto de desvalorizar o trabalho das pessoas, mas quando elas fazem algo que nos insulta é inevitável contra-atacar. “Season of the Witch” peca desde seu título ao desenvolvimento e impressão que ele passa no fim. Apesar de bonito esteticamente, o filme consegue ser ignorante, como muitos filmes de ação americanos, a maioria vindos da era negra Bush, onde a violência predomina e nenhum tipo de cérebro racional e sentimental é detectado.

O tema “bruxas” é algo fragilíssimo quando visto por aqueles que compreendem o que realmente aconteceu na época das trevas. A igreja ignorante destruindo a sociedade em nome de um Deus na mesma proporção ignorante. A mulher sendo assassinada sem motivos, a irracionalidade humana da época, a falta de informação e reflexão, a falta de tudo numa era onde nada cresceu e tudo desmoronou. Mas não há por que eu ficar relatando a história desse período ao comentar um filminho desses. Eles não tiveram a capacidade de fazer isso. A começar pelo título original “Season of the Wtch”, que dá uma idéia, nesse filme, de que é uma temporada de caça, uma temporada de algo inexistente e usa do cultivo ignorante da imagem da mulher bruxa para destacar um momento, aqui no filme, aparentemente sem significado a não ser para criar ação e terror.


Não há uma reflexão sobre o tema, não há uma abordagem inteligente. Vemos a cruzada, os personagens de Nicolas Cage e Ron Perlman, heróis de batalha, invencíveis. De repente, ao matar uma mulher e ver crianças mortas, o personagem de Cage “abre os olhos” para a maldade existente naquela busca religiosa. Primeiro: um guerreiro, acostumado com a matança e, como mostrado no filme, brinca com isso, não vai sentir nada ao ver famílias mortas porque está acostumando com isso. Não há cabimento, foi uma jogada forçada para que o público se identifique com a pena do personagem principal perante os massacres que todo mundo reconhece como imoral. O diretor começa chamando o público para a violência e em seguida conquista o público descaradamente e então dá início à trama do filme.

O filme conta a história de dois cavaleiros templários chamados Behmen (Nicolas Cage) e Felson (Ron Perlman), inseparáveis e imbatíveis companheiros de batalha que lutam por anos nas cruzadas. Vivenciando esse meio caótico, eles foram perdendo tudo, principalmente a fé e o respeito pela igreja, principalmente depois de perceberem o quão absurdos são seus ideais e suas atitudes. Separando-se da igreja e de tudo, os dois caminham por terras distantes à procura de sua terra natal. Chegando num reino estranho, eles se deparam com a peste negra que devasta e mata monstruosamente as pessoas e percebem a condenação da raça humana naquele lugar. Os padres acusam as bruxas por rogarem tal praga e por isso as caçam e as levam para um julgamento onde não há como se sair vitoriosa. Nesse meio, Behmen e Felson são presos por serem templários e logo, por serem conhecidos, são convocados para escoltar uma jovem mulher chamada de bruxa. Como única saída daquele inferno, eles aceitam o serviço e partem, junto com um guerreiro, um monge e um guia em direção a uma floresta misteriosa com a intenção de atravessá-la.

Mais tarde, obviamente, um jovem se junta ao grupo dizendo ser capaz e admirando o trabalho dos templários e pretendendo se tornar um. Demonstra sua capacidade de luta numa clichê batalha com o grande Felson e mostra que tem grande capacidade, mesmo não tendo chances com o adversário. Aceito no grupo, eles então, completos, partem para um outro inferno. É difícil entender como têm que colocar jovens no meio dessas tramas.

Hoje em dia virou moda criar cenários esteticamente lindos, porém sem significado. Tudo escuro, frio, não que seja ruim, muito pelo contrário, é agradável, talvez a única coisa que salve no filme, pois podemos contemplar as paisagens, porém não há profundidade. Ela está alí para criar clima, um clima tenebroso, assustador quando o que é para ser assustador mais parece uma brincadeira: os personagens. Como sempre, temos o vilão, nesse caso, vilã, a bruxa jovem e bonita que parece ser julgada injustamente (como sempre naquele período). Os heróis têm sempre as mesmas expressões, posturas superiores, algumas piadinhas irritantes e tudo o mais.

Ultimamente Nicolas Cage, um bom ator para falar a verdade, está com alguns problemas financeiros e acaba tendo de fazer essas coisas para se ajudar. Isso é compreensível. Já Perlman sempre fez filmes assim e usa de sua caraça para interpretar papéis de pessoas duronas no cinema. Dominic Sena, o diretor, nunca mais fez um filme tão bom quanto “Kalifornia”.

O desfecho pode soar como uma justificativa à barbárie da época, mais clichê do que nunca. É como se a igreja estivesse certa e isso é revoltante, apesar de seu um filme de fantasia e descompromissado. Ou eu levo o cinema comercial muito a sério ou realmente a situação desse cinema hoje em dia é deplorável.





Avaliação: 2/10

Por Pedro Ruback

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sala de Exibição - Francis Bacon, Parte III.1

Os Trípticos e Dípticos:


Um tríptico, é geralmente, um conjunto de três pinturas unidas por uma moldura tríplice (dando o aspecto de serem uma obra), ou somente três pinturas juntas formando uma única imagem. Considerada uma criação cristã, é atualmente não somente utilizado em quadros devocionais, pois, muitos artistas usam principalmente em pequenas coleções. O mesmo com os Dípticos, só que com a junção de dois quadros.


Estudo sobre TrípticoTríptico 1983




Diptico 1982




Tríptico 1979





Tríptico 1974-1977





Tríptico 1973





Corpo Humano, 1970





Estudo





Estudo - 12 Sun, 13 Sun, 14 Sun


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Holocausto Canibal

Cannibal Holocaust, 1980.
Dirigido por Ruggero Deodato, com Robert Kerman, Carl Gabriel Yorke, Francesca Ciardi, Perry Pirkanen e Luca Barbareschi.

Palavras-chave: violência




Já é de muito que o ser humano, o homem “desenvolvido” da sociedade tem o foco da atenção cinematográfica quanto a seus atos e sua natureza, geralmente tratando-o como uma pessoa violenta e sem escrúpulos, “desumano” (um adjetivo que deve ser esquecido), como dizem. Mas não há de todo errado nisso, pois alguns diretores conseguem tratar o homem atual como o homem atual. Vejamos, Lars von Trier estuda o ser humano e critica a sociedade de forma forte, critica o desenvolvimento dela e a ignorância. Haneke consegue pintar um quadro forte num cinema mais “aceitável” sobre o homem atual, a juventude e tudo o mais de forma consistente e direta. Ambos os diretores desenvolvem seus personagens e nos convencem de que nosso meio de vida é conturbado e ruim (o mundo não é um lugar bom, é um lugar em desenvolvimento, evolução e cabe ao homem abrir os olhos para isso), abalado e, muitas vezes, atrofiado.

As coisas citadas acima não são executadas, de nenhuma forma, no filme “Cannibal Holocaust”. O homem é retratado como a ameaça, os quadros se invertem e temos o “reflexivo” final onde somos interrogados de quem seriam os animais, os “canibais”, como dito realmente no filme. Deodato apenas pareceu desfigurar a imagem do ser humano e torná-lo ainda pior do que é para criar uma reflexão barata que poderia ser mais bem aproveitada, mas que resultou apenas em um filme ridículo e sem profundidade, mais “snuff” do que chocante em si. É como se o diretor quisesse jogar na nossa cara que o ser humano é um ser estúpido e sem sentimentos, que o jovem é movido pela adrenalina e que a razão e a emoção não se encontram, ou melhor, a emoção está jogada numa poça de lama sendo pisoteada a cada momento. Deodato pareceu criar um filme no formato que dava dinheiro na época camuflando-o com uma idéia “boa”, porém, como já dito, falha e horrendamente executada. O cinema perdendo a razão, sendo esperto e nada inteligente.

Certos filmes dessa “época de ouro para filmes ultra-violentos e viscerais” soam mais reflexivos do que esse filme que propõe e nos joga uma reflexão. Romero é um cara que conseguiu mesclar vísceras a críticas à sociedade e muitos não percebem e levam seus filmes na mais pura diversão, encaram-nos como “filmes de zumbis”. O ser humano “desenvolvido” pode ser um indivíduo egocêntrico e ignorante (sem generalizar, por favor), mas a sociedade faz com que ele pelo menos tenha consciência do que está fazendo. O que? A justificativa para os atos dos exploradores do filme é a curiosidade, a falta de compreensão? O problema do cinema é que ele dá uma visão ampla da sociedade quando pretende criticá-la. O personagem do filme deixa de ser uma figura isolada e passa a representar uma massa considerável. Quando o personagem representa um caso isolado o filme é gratuito, desnecessário e não crítico. “Cannibal Holocaust” trata os personagens como caso isolado. Impossível aqueles seres representarem uma massa da sociedade.

De qualquer forma, a pouca “fonte de força” do filme é coberta pela ignorância do diretor. Notem que o diretor se rebaixa a seus personagens ao fazer o filme, pois mata animais reais para criar o seu momento, chocar o público com cenas gratuitas e facilmente, devido à época de avanços nessa “área de vísceras”, substituídas. Talvez sua vontade de perfeição tenha sobreposto a razão e, claro, o diretor perde sua razão e nos dá uma mensagem escrota – desculpem a palavra. Talvez a melhor mensagem que o filme passa é que uma pessoa é afetada pela boa idéia – no caso, o diretor.

Os próprios índios canibais, julgados primitivos (e são), são mal desenvolvidos aqui. Não há por que tornar, como parece, os índios os injustiçados e donos da razão no ato final. Não são, eles são primitivos e canibais, usam quase que por instinto e elaboram sua vingança fazendo a “justiça ser feita” sobre os agressores. É o homem desenvolvido se rebaixando ao nível dos primitivos e os primitivos e os primitivos não entendendo nada. Não há como levar a sério algo que não convence nem mesmo consegue soar convincente. É um filme deplorável e racionalmente ignorante. E ainda têm a coragem de irritar com uma trilha sonora repetitiva, bonita para tentar criar um drama nas cenas pesadas e revoltantes.





Avaliação: 0/10

Por Pedro Ruback

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sala de Exibição - Francis Bacon, Parte II

Estudos de Retratos de Outras Pessoas
(A maioria das pinturas são Trípticos e Dípticos)


George Dyer

George Dyer Num Espelho, 1968

George Dyer Agachando, 1966

George Dyer Pedalando uma Bicicleta, 1967

George Dyer Fixo no Espelho, 1967

George Dyer Falando, 1966

Estudo da Cabeça de George Dyer, 1967

Estudo da Cabeça de George Dyer II, 1967


Retrato, 1970

Retrato, 1971

Centro, (data?)
Esquerda, (data?)

Direita, (data?)


Centro, (data?)

Esquerda, (data?)

Direita, (data?)

Retrato, 1966


Henrietta Moraes
Henrietta Moraes Rindo, 1969

Retrato, 1969


Isabele Rawsthorne

Pintora, designer e modelo artístico britânica.


Direita, 1968


Centro, 1968

Esquerda, 1968

Centro, 1966

Esquerada, 1966

Direita, 1966

Isabele Rawsthorne "in single canvas", (data?)

Retrato em luz, (data?)
Retrato, 1965

Retrato, 1966

Retrato, 1970

Retrato, 1964

Estudo da Cabeça de Isabel Rawsthorne I, 1967


Estudo da Cabeça de Isabel Rawsthorne II, 1967


Estudo da Cabeça de Isabel Rawsthorne III, 1967
Retrato, 1966

Isabel Rawsthorne em uma rua, (Data?)


John Edwards

Centro, 1984

Esquerda, 1984

Direita, 1984


Retrato, 1986
Retrato, 1985

Retrato, 1980


Retrato, I, 1988
Retrato, II, 1988

Estudo do Retrato de John Edwards, I, 1989

Estudo do Retrato de John Edwards, II, 1989


Lucian Freud

Pintor britânico que ressalta o surrealismo envolvendo o nu em suas obras.


Retrato, 1966
Estudo da cabeça de Lucian Freud, 1976

Retrato, 1951

Lucian Freud em um sofá Laranja, 1965


Centro, 196?


Esquerda, 196?

Direita, 196?

Esquerda, 1969
Direita, 1969

Centro, 1969


Michel Leiris

Foi um surrealista francês, escritor e etinógrafo. Bacon foi um amigo próximo e admirador de seus textos.


Retrato, 1978

Retrato, 1976



Mick Jagger
O cantor também posou para suas pinturas.



Direita, 1982

Esquerda, 1982
Centro, 1982

Muriel Belcher


Fundadora de um bar e clube chamado Colony Room, um extravagante e mal visto lugar, porém famoso, onde Bacon foi um dos fundadores e amigo próximo de Belcher. Belcher foi interpretada por Tilda Swinton na biografia sobre Bacon no cinema com o filme chamado "Love is The Devil: Study for a Portrait of Francis Bacon". Leia mais sobre Colony Room aqui.


Direita, 1966


Esquerda, 1966

Centro, 1966

Retrato, 1979


Peter Beard
Fotógrafo, artista e escritor, Beard teve uma relação próxima com Bacon e posou para estas pinturas.



Direita, 1975


Esquerda, 1975

Centro, 1975

Direita, (data?)
Esquerda, (data?)

Centro, (data?)

Direita, 1980

Esquerda, 1980

Centro, 1980



Richard Chopping
Pintor e ilustrador britânico famoso, reconhecido por pintar as capas dos romances de Ian Fleming, James Bond.





Retrato Imaginário do Papa Pius XII, 1955


Retrato de J. H. (?), 1966

Retrato de Jacques Dupin, 1990