Der Baader Meinhof Komplex (2008)
Dirigido por Uli Edel, com Martina Gedeck, Moritz Bleibtreu, Johanna Wokalek, Bruno Ganz, Simon Licht, Jan Josef Liefers, Alexandra Maria Lara, Hannah Herzsprung e Heino Ferch.
Palavras-chave: violência, anarquia, política
A Segunda Guerra Mundial tinha terminado apenas há 20 anos. Os que comandam a polícia, as escolas, o governo, eram as mesmas pessoas que estavam no comando durante o nazismo. O chanceler, Kurt Georg Kiesinger, era um ex-nazista. As pessoas só começaram a discutir isso nos anos 60. Nós éramos a primeira geração nascida desde a guerra, e estávamos fazendo perguntas aos nossos pais. Por causa do passado nazista, tudo de ruim era comparado ao Terceiro Reich. Se você ouvia falar de brutalidade policial, diziam que era igual à SS. No momento em que você vê seu próprio país como a continuação de um Estado fascista, você se dá a permissão de fazer quase qualquer coisa contra ele. Você vê as suas ações como a resistência que seus pais não tiveram.
Stefan Aust, autor do livro biográfico sobre a RAF, Der Baader Meinhof Komplex
Dirigido por Uli Edel, com Martina Gedeck, Moritz Bleibtreu, Johanna Wokalek, Bruno Ganz, Simon Licht, Jan Josef Liefers, Alexandra Maria Lara, Hannah Herzsprung e Heino Ferch.
Palavras-chave: violência, anarquia, política
A Segunda Guerra Mundial tinha terminado apenas há 20 anos. Os que comandam a polícia, as escolas, o governo, eram as mesmas pessoas que estavam no comando durante o nazismo. O chanceler, Kurt Georg Kiesinger, era um ex-nazista. As pessoas só começaram a discutir isso nos anos 60. Nós éramos a primeira geração nascida desde a guerra, e estávamos fazendo perguntas aos nossos pais. Por causa do passado nazista, tudo de ruim era comparado ao Terceiro Reich. Se você ouvia falar de brutalidade policial, diziam que era igual à SS. No momento em que você vê seu próprio país como a continuação de um Estado fascista, você se dá a permissão de fazer quase qualquer coisa contra ele. Você vê as suas ações como a resistência que seus pais não tiveram.
Stefan Aust, autor do livro biográfico sobre a RAF, Der Baader Meinhof Komplex
A química auto-destrutiva do filme reina durante suas duas horas e meia de duração, fazendo com simplicidade e delicadeza um filme pesado fluir sem sensibilidade ou fragilidade (aspecto técnico), o que é bom, pois a história depende pelo menos disso para não ser apenas mais uma, para não beirar o odiado moralismo que alguns filmes ultimamente têm passado, se trata de algo duro e frágil, um momento da sociedade onde a rebeldia e o senso de justiça beiravam o absurdo, o momento em que os hormônios juvenis estavam prontos para explodir depois de um passado caótico e destrutivo. Os jovens queriam que isso não se repetisse (Segunda Guerra Mundial), queriam acabar com o fascismo, criando a anarquia, que é um modo de se libertar da sociedade, um modo de se sentir livre para fazer o que quiser, onde ninguém é Deus e Deus parece ser ninguém.
Não podia haver um líder, não podia haver uma pessoa que liderava um país, muito menos uma pessoa que deveria ser “melhor” financeiramente que outras. O comércio deveria parar de ser algo para alguns, deveria ser acessível para todos. Um pensamento comunista que dominava a mente dos jovens na década de 70 e 80 que muitas vezes eram interpretados de formas erradas e diferentes. O filme expõe uma ótica comum do tema quando o assunto é um grupo rebelde contra o governo. Uma ascensão rápida no início, gerando seguidores por todo um país ou continente e repentinamente uma queda brusca onde os idealizadores do movimento caem e sobram os seguidores, estes que não têm controle e passam a fazer o que acham que é certo sem um apoio adequado ou “inteligente” levando a um conflito antes inexistente, de certa forma, perdendo a razão.
O grupo Baader-Meinhof foi um grupo de extrema-esquerda formada na Alemanha que tinham como inimigos os burgueses. Eles temiam e acreditavam que o capitalismo fosse a nova arma do fascismo. Esse grupo tinha como objetivo acabar com o capitalismo, agindo radicalmente. No início eles focaram em protestos contra a guerra no Vietnã, a pobreza no terceiro mundo e a energia nuclear (que aliás, são ótimos temas para debates e protestos). Outro fator que levavam esses jovens a agirem tão radicalmente foi o fato de, a maioria dos políticos que atuavam em seus cargos da época eram ex-fascistas ou tinham um pé com isso.
O filme foi acusado de querer promover tal movimento na atualidade por mostrar uma glorificação dos integrantes do grupo, mesmo que em partes mostre sua queda. Há festas, liberdade, atitude e independência, além de um senso de radicalismo e voz que hoje é reprimido nos filmes. Há grande adrenalina também. Mas como mostrar uma história real sem pelo menos tentar imitar o real, o que realmente aconteceu? Não há porque fazer um filme baseado em fatos, ainda mais do ponto de vista dos jovens do filme, sem mostrar o que para eles foi aquele momento. Claro que foi glorificante, claro que houve adrenalina e liberdade, houve trabalho em equipe e iniciativa! Mas o que muitos não entendem é que o mundo está mudando e as pessoas já são conscientes de que certos movimentos e certas atitudes geram graves conseqüências e, com base no já ocorrido no passado, nunca irão querer repetir e, se isso acontecer, os mesmo erros não serão cometidos, o que é óbvio.
De qualquer forma, diversas coisas eles alcançaram. Não só violência, não só vandalismo e não só anarquia, eles fizeram com que as pessoas mudassem sua ótica perante os jovens, que os jovens estão muito mais preocupados com o mundo que antes e somos (digo “somos” porque eu também sou jovem) capazes de qualquer coisa para fazer com que ele se torne um lugar justo e igual para todos.
Avaliação: 9/10
Por Pedro Ruback
Não podia haver um líder, não podia haver uma pessoa que liderava um país, muito menos uma pessoa que deveria ser “melhor” financeiramente que outras. O comércio deveria parar de ser algo para alguns, deveria ser acessível para todos. Um pensamento comunista que dominava a mente dos jovens na década de 70 e 80 que muitas vezes eram interpretados de formas erradas e diferentes. O filme expõe uma ótica comum do tema quando o assunto é um grupo rebelde contra o governo. Uma ascensão rápida no início, gerando seguidores por todo um país ou continente e repentinamente uma queda brusca onde os idealizadores do movimento caem e sobram os seguidores, estes que não têm controle e passam a fazer o que acham que é certo sem um apoio adequado ou “inteligente” levando a um conflito antes inexistente, de certa forma, perdendo a razão.
O grupo Baader-Meinhof foi um grupo de extrema-esquerda formada na Alemanha que tinham como inimigos os burgueses. Eles temiam e acreditavam que o capitalismo fosse a nova arma do fascismo. Esse grupo tinha como objetivo acabar com o capitalismo, agindo radicalmente. No início eles focaram em protestos contra a guerra no Vietnã, a pobreza no terceiro mundo e a energia nuclear (que aliás, são ótimos temas para debates e protestos). Outro fator que levavam esses jovens a agirem tão radicalmente foi o fato de, a maioria dos políticos que atuavam em seus cargos da época eram ex-fascistas ou tinham um pé com isso.
O filme foi acusado de querer promover tal movimento na atualidade por mostrar uma glorificação dos integrantes do grupo, mesmo que em partes mostre sua queda. Há festas, liberdade, atitude e independência, além de um senso de radicalismo e voz que hoje é reprimido nos filmes. Há grande adrenalina também. Mas como mostrar uma história real sem pelo menos tentar imitar o real, o que realmente aconteceu? Não há porque fazer um filme baseado em fatos, ainda mais do ponto de vista dos jovens do filme, sem mostrar o que para eles foi aquele momento. Claro que foi glorificante, claro que houve adrenalina e liberdade, houve trabalho em equipe e iniciativa! Mas o que muitos não entendem é que o mundo está mudando e as pessoas já são conscientes de que certos movimentos e certas atitudes geram graves conseqüências e, com base no já ocorrido no passado, nunca irão querer repetir e, se isso acontecer, os mesmo erros não serão cometidos, o que é óbvio.
De qualquer forma, diversas coisas eles alcançaram. Não só violência, não só vandalismo e não só anarquia, eles fizeram com que as pessoas mudassem sua ótica perante os jovens, que os jovens estão muito mais preocupados com o mundo que antes e somos (digo “somos” porque eu também sou jovem) capazes de qualquer coisa para fazer com que ele se torne um lugar justo e igual para todos.
Avaliação: 9/10
Por Pedro Ruback
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